Em 1985 a Volkswagen apresentava a Santana Quantum, nome de origem latina, empregada para definir volume, dando ao público a idéia exata de volume útil e espaço interno, para a comodidade de todos. Foram investidos milhões de dólares no projeto da Quantum, que adotava a mesma tecnologia, sofisticação e design moderno da sua versão na Alemanha (Passat Variant), para atender um mercado consumidor cada vez mais exigente, ainda mais ao adquirir um veiculo que poderia ter seu uso freqüente sob condições de cargas que um automóvel comum raramente veria.
A Santana Quantum foi a primeira station wagon de luxo lançada no Brasil, antes dela apenas a Simca Jangada e Veraneio, que para esta condição, era necessário no mínimo as quatro portas, e no caso da Quantum essa opção facilitava o acesso ao banco de trás, sem o menor incomodo aos que viajam na frente. E, quando usada com o banco traseiro rebatido, na proporção 1/3 e 2/3, possibilitava sua versatilidade de uso, sendo capaz de transportar ainda mais bagagem, com a opção de carga ou descarga pela ampla tampa traseira ou pelas duas portas traseiras. O bagageiro desmontável com carga máxima de 45 quilos, cobertura sanfonada do compartimento de bagagem demonstravam a sua dupla utilidade, tanto para lazer, quanto para transporte.
Em relação ao Santana, os seus freios foram superdimensionados, com duplo circuito hidráulico, independente, em diagonal, interligados por uma válvula moduladora de frenagem nos freios traseiros, com tambores de diâmetro maior que o do Santana (200 x 40 na Quantum e 180 x 30 no Santana), que agia de acordo com a carga aplicada no eixo traseiro.
A suspensão traseira da Quantum é praticamente a mesma de qualquer outro Santana, mas prevendo maior peso, as características de estabilidade em aceleração, curva, frenagens, subidas e descidas diferentes, as molas e amortecedores foram redimensionados, com o uso de buchas “inteligentes” no ancoramento dos braços longitudinais.
A partir de 1986 o motor para Santana e Quantum passou a ser o AP-800, que através de melhoramentos pesquisados, resultaram em tolerâncias mais precisas no processo de fabricação tornaram-no mais suave e durável: pistões mais leves e novas bielas, diminuindo o ângulo entre o virabrequim e o pino central dos pistões, reduzindo a massa oscilante e a fricção interna do motor, aumentando a vida útil dos componentes e diminuição de ruídos e vibrações. Em criticas ao seu desempenho, a Volkswagen optou por uma transmissão com relações mais curtas, mudando o câmbio para PS.
Foram efetuados regulagens no carburador, uma nova curva de avanço no distribuidor e o aumento do diâmetro das válvulas de escape de 31 para 33mm. Todas essas modificações resultaram em melhores índices de consumo e potencia, os motores movidos à gasolina passavam a desenvolver 86 cavalos, e a versão a álcool 94 cavalos.
Para ambos modelos, a partir deste ano, transmissão automática, direção hidráulica progressiva e ar-condicionado, passaram a ser disponibilizados, itens imprescindíveis para um modelo que ostentava o titulo de luxo da Volkswagen.
O interior era o mesmo para os dois, amplo, com fino acabamento, com ótima posição de dirigir, aliado à visibilidade externa e de instrumentos e acessibilidade de comandos, fazendo com que todo o seu interior transmitisse a sensação de qualidade superior, pois a Volkswagen foi uma montadora que sempre manteve um padrão de simplicidade e economia em seus produtos, tudo isso dava aos passageiros o grande bem estar.
Em seu lançamento foi disponibilizado em duas versões: CS (Comfort Silver)e CG (Comfort Golden) , sendo a primeira a mais simples, inicialmente com cambio de série de quatro marchas, e a partir de 1986 passou a utilizar o cambio de cinco marchas. Seus principais itens de série se limitavam a rodas de aço com supercalotas, antiembaçante no vidro traseiro, hodômetro parcial, relógio digital, aquecimento. Uma versão extremamente simples, que no caso na Quantum, não vinha sequer com bagageiro no teto, tampa sanfonada no porta-malas e bancos traseiros bipartidos, tudo deveria ser adquirido opcionalmente.
Em seguida vinha a versão CG, que assim como a CS, passou a ser equipada com cambio de cinco marchas de série apenas em 1986, porém poderia com uma vasta lista de itens de série, atendendo até mesmo o publico mais exigente, disponibilizava itens como: rádio AM/FM com 4 alto-falantes; painel de instrumentos com conta-giros, vacuômetro e relógio digital; bagageiro no teto; limpador e lavador do vidro traseiro; tampa sanfonada do porta-malas; bancos traseiros bipartidos (Quantum), entre outros itens como rodas de liga-leve; direção hidráulica; ar-condicionado; vidros e travas elétricas; e cambio automático, que poderiam ser adquiridos opcionalmente.
A CD era a topo da linha Santana,entretanto,não foi disponibilizada oficialmente para a linha Quantum,ainda que algumas unidades(não se sabe ao certo)tenham sido feitas sob encomenda para uso de diretores da fábrica.Atualmente se tem conhecimento de duas unidades remanescentes apenas,uma no Rio de Janeiro e a outra em São Paulo
Em 1987 a linha Santana e Quantum sofreu a sua primeira modificação em curto espaço de tempo, pois para manter o seu bom índice de vendas e de qualidade, a Volkswagen decidiu sanar pequenos inconvenientes que provocaram criticas dos primeiros usuários.
O destaque ficou por conta de novos pára-choques, que ficaram mais a gosto, mais robustos e envolventes. O único inconveniente ficava por conta da alma embutida abaixo do plástico, que faz com que uma pancada um pouco mais forte, se deforme sem retornar a sua plástica inicial. Detalhe foi à inclusão da cor branca, que antes não era muito bem vista pela Volkswagen.
Na parte mecânica o motor AP-800 aumentou de potência, a versão a gasolina rendia 90 cavalos e a álcool 96 cavalos, devido a aprimoramentos no processo de industrialização. Devido a reclamações de lentidão nas retomadas e a sensível perda de velocidade nos pequenos aclives, foi adotado o cambio PV, com as relações da 3ª, 4ª e 5ª. mais curtas. Outras mudanças nos componentes motrizes ficaram por conta de um novo radiador na posição horizontal, transferindo a sua tampa para o vaso de expansão. A suspensão passou por recalibragem em seus amortecedores, e o batente, antes de borracha, passou a ser fabricado em “cellasto”, um composto de maior durabilidade. Além de mudanças no rolamento do cubo da roda com um diâmetro de 7 centésimos de milímetro maior, e o silencioso deslocado do final para o centro do carro, com fins estéticos.
A linha Santana e Quantum foi apresentada em três versões:CL (Comfort Luxo), GL (Gran Luxo) e GLS (Gran Luxo Super), as três últimas que substituíam respectivamente as versões CS, CG e CD.
A versão C existiu apenas no papel por causa do plano Cruzado, que com aumento de quase 80% em seu preço, tornou-se cara demais. A proposta da VW era de não oferecer nenhum tipo de opcional, sendo equipado apenas do motor AP-800 a álcool e câmbio de quatro velocidades.
A versão de entrada era a CL, menos luxuosa, mas espaçosa e confortável, o que lhe agraciava com uma situação mais equilibrada. O único inconveniente sempre foi o pouco número de acessórios, mas devido ao seu status de favorecimento à comodidade dos passageiros, se tornava uma opção mais acessível.
Em seguida vinha a GL, com ares esportivos, o Santana era oferecido apenas em versão duas portas. Externamente seu acabamento foi substituído por anodizados preto-fosco nas maçanetas, contorno dos vidros e suporte do bagageiro (Quantum), que foi reforçado pela utilização das rodas de liga-leve semelhantes às do esportivo Gol GT, sem fundo preto, de aro 14 polegadas com pneus perfil 60. Curiosamente, as rodas maiores e mais sofisticadas da linha não equipavam a versão mais cara. Além disso, um protetor de borracha aplicado nas portas, conseguiu harmonizar um bom efeito estético com uma eficiente proteção às portas. Outros itens, como os frisos vermelhos nos pára-choques e a opção de teto solar em chapa na cor do veículo realçavam a proposta esportiva do carro.
A versão mais luxuosa da linha era a GLS, que recebeu um novo conjunto ótico com faróis auxiliares, com o pisca alerta posicionado no pára-choque, parecendo com que a frente tivesse sido alargada, como nos modelos alemães. Uma outra vantagem para a posição dos faróis auxiliares era a dificuldade de furtá-las, acessório sempre muito cobiçado pelos ladrões. Havia ainda mais detalhes exclusivos, como a chave com luz embutida que permitia a abertura das portas ou a partida da ignição mesmo em locais escuros, espelho quebra-sol do lado direito com iluminação automática. As rodas na versão GLS eram de aro 13 polegadas, com uma pequena calota central, e o friso abaixo das lanternas na versão que persistia, itens que poderiam ter sido retirado para aliviar o novo visual. Alguns veículos saíram equipados com teto solar e bancos esportivos Recaro.
Santana Quantum.No ano seguinte a versão GLS trouxe pequenas, mas ótimas comodidades para um carro com requinte de luxo, como os novos comandos elétricos que com apenas um toque o vidro descia completamente, e caso desejasse pará-lo, um outro toque era o bastante. Graças à nova central elétrica, herdada da Audi, era possível acionar os vidros por mais um minuto após o carro ser desligado, o que era um inconveniente quando se esquecia algum vidro aberto.
Comodidade semelhante foi aplicada à luz interna de cortesia, que após a porta ser fechada, permanecia por mais 40 segundos acesa, o tempo necessário para se posicionar ou procurar algum objeto ao entrar no carro. Os faróis de neblina tinham acionamento individualizado, acionando a tecla uma vez, os faróis dianteiros eram acionados, e acionando-a até o fim, uma luz vermelha mais intensa se acendia na lanterna traseira, tornando o carro mais visível a uma distância maior. Outros itens foram adicionados, como regulagem de altura do banco do motorista, novo volante e novas rodas exclusivas herdadas da Audi.
Em 1991 era apresentada a segunda geração da linha Santana e Quantum, geração essa ainda baseada na linha Passat Européia. A segunda geração mantinha a essência geral das linhas da primeira geração, mas vinha com traços mais arredondados e robustos, pára-choques em preto fosco (vieram parcialmente pintados somente a partir da linha 1993, na versão GLS); no sedan a tampa traseira ficava mais alta, e sua lanterna maior, mudança acompanhada pela Quantum, que também ganhava um vidro traseiro menos inclinado e grandes lanternas. Inicialmente, foi ofertada a versão 2 portas do sedan; as versões 4 portas e a Quantum ficaram para a linha 1992, sem contudo que se tivesse interrompido sua produção durante o ano de 1991.
As versões continuavam a mesma: CL, mais básica, GL, intermediária, e GLS, mais luxuosa e com apelo esportivo, todas disponíveis com 2 e 4 portas no sedan.
Em 1993 era lançada uma série especial, a Sport, com 2 portas, na cor preta, dotada de aerofólio e outros apetrechos esportivos, entre os quais as rodas modelo "orbital" do Gol GTi e bancos do tipo Recaro.
Em 1995 o carro recebia uma leve reestilização, mudando a grade, que ganhava um contorno arredondado, novas rodas e injeção eletrônica de série, do tipo multipoint. A nomeclatura das versões, passou a ser CLi, GLi e GLSi.
Em 1997 havia um reposicionamento de versôes: Saiam a CLi, Gli e GLSi e entravam a Family e a Evidence.
Em 1999 a linha Santana recebia sua segunda remodelação, essa mais profunda. Mudavam pára-choques, lanterna, tampa do porta-mala (no sedan), grade frontal (que passara a ser integrada ao parachoque) e faróis. Essa mudança deixou o carro com um ar mais atual. Sumiam as versões Family e Evidence, e passavam a ser conhecidos apenas como Santana 1.8 e 2000. Para esta nova versão, a mudança mais significativa foi a eliminação das janelas tipo "quebra-vento" das portas dianteiras, cujo vidro passou a ser uma peça inteiriça.
Em 2003 a Quantum, com vendas cada vez menores, teve seu fim decretado.
O Santana continuou sendo produzido até 2006, basicamente vendido para frotistas ou para quem procurasse um sedan com bom custo-benefício. Era um dos preferidos para uso como táxi, dada a sua mecânica robusta e de manutenção muito barata, a facilidade de adaptação ao gás natural veicular (fato devido tanto ao porta-malas espaçoso quanto à mecânica compatível) e o custo de aquisição vantajoso. Em 2006, sem alarde, a Volkswagen aposentou o veículo, substituito em preço pelo Polo Sedan e Bora
meu vô tinha uma quantum parecida com a ultima imagem
ResponderExcluirgostei do seu blog!!!!