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Land Rover Range Rover Sport

Minha filha de 9 anos fica entusiasmada com o show de talentos que a escola promove anualmente entre os alunos. Invariavelmente ela escolhe fazer um número musical. Se o novo Range Rover Sport fosse uma menininha, iria perder para ela, claro. Contra mim, se fôssemos colegas de classe, eu inventaria de tudo para não ir à escola. Não consigo pensar em algo que eu pudesse fazer melhor do que ele, pois esse britânico é um subversivo. Em primeiro lugar, enterra a crença de que não é possível ser bom em tudo. Num segundo momento, bagunça os sentidos: ao dirigir um SUV de 1,78 metro de altura e 2,3 toneladas, a mente antecipa um comportamento letárgico do veículo e prepara os reflexos para uma briga feia com o volante dentro das curvas, mas não é o que acontece. O Range Rover é discreto. A carroceria não faz contorcionismo, deixando à mostra as entranhas da suspensão. Quando se entra forte nas curvas, o sistema pneumático não deixa que a carroceria oscile, por mais que se provoque o acelerador. A direção é precisa como um bisturi e os pneus com rodas aro 22 garantem aderência digna de esportivo arrepiando o asfalto. No papel, os números provam o sucesso do show. Fomos de 0 a 100 km/h em apenas 4,9 segundos. Repito: ele tem 2,3 toneladas! A cada aceleração, o V8 5.0 de 510 cv ruge como um muscle car. Para ser mais preciso, soa como o Jaguar F-Type, com o qual compartilha o motor, embora o Jag desenvolva 495 cv - há ainda o V6 de 340 cv e o diesel de 292 cv. É um ronco grave, contagiante, que invade a cabine como se fosse o único som emitido no auditório. Não é exagero. Poucos carros contam com tanto forro acústico: os vidros das laterais são laminados e duplos, com uma película antirruído que isola os ocupantes do exterior. Quando o áudio Meridian, um equipamento de 23 alto-falantes e 1 700 W, está a pleno vapor, até o trânsito pesado passa a incomodar menos. Os designers da Land Rover merecem a primeira salva de palmas por uma proeza. Levaram traços futuristas ao SUV sem modificar o formato quadradão (e clássico) consagrado há 43 anos. Não é difícil encontrar as linhas que fazem menção ao Evoque - modelo que é um divisor de águas na história da marca. Mas as formas do Range Rover original, dos anos 1970, continuam presentes. Pela primeira vez o RR Sport ganhou algumas curvas na lataria. A dianteira, por exemplo, não tem mais ângulos retos. Visto de lado, tem um perfil diagonal que rejuvenesce a aparência e ajuda a melhorar a aerodinâmica. Assim como aconteceu com o Range Rover Vogue em março, seu irmão Sport cresceu para os lados: são 4,85 metros, 6,7 cm mais longo que o anterior, e teve o entre-eixos aumentado em 18 cm. Para cima, é o contrário, a altura ficou 5,5 cm menor - ele tem a carroceria mais esportiva que o Vogue, por isso é mais baixo, apesar de mecânica e interior serem iguais. As novas proporções ajudaram a compor uma silhueta mais agressiva, mas os benefícios vão além do visual. Com a redução de altura e balanços, a porção da carroceria à frente e atrás dos eixos, mais o aumento do entre-eixos, o ganho em estabilidade foi a grande vantagem. Apesar de maior, o peso foi reduzido em até 420 kg, dependendo da configuração, por meio da adoção de uma carroceria de alumínio, mesmo material da suspensão. Durante o teste, submetemos o novo Range Rover a situações de alta velocidade, em pista fechada, e ao off-road, incluindo um tanque de água para testar a capacidade de submersão, ampliada para 85 cm, ante os 70 cm do anterior. No fora de estrada, a própria Land Rover se orgulha em afirmar que ele supera o espartano Defender. Com uma vantagem: não é preciso ter conhecimentos de trilheiro. O Terrain Response 2 automatiza a funcionamento dos programas eletrônicos que adequam o funcionamento do carro de acordo com o terreno. A força entre os eixos é distribuída sem ação do condutor. O mesmo vale para a variação da altura da suspensão pneumática. Não é necessário nenhum procedimento especial nem para engatar a tração reduzida, o que pode ser feito com o carro em movimento a até 60 km/h. Forte nas acelerações como um muscle car, bom de curva como um esportivo, seguro como um Volvo e valente no off-road como um Land Rover, só falta falar sobre conforto e espaço interno, dois quesitos dignos de realeza. Não há detalhe no acabamento que mereça crítica. Até a ergonomia melhorou na nova geração. Antes o motorista se encaixava atrás do volante. Agora é como vestir o carro. Em sua quarta geração, o RR Sport se alinha ao restante da família, recebendo tecnologias indisponíveis em 2005, como o controle de cruzeiro adaptativo, tela dual view (exibem imagens diferentes para motorista e passageiro) e sensor de ponto cego. Cheio de qualidades, não faz feio no estacionamento do escritório nem na colônia de férias. Mesmo se começar a chover, o show vai seguir.
                     

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