Chineses invadem mercado nacional

Uma das grandes novidades da 26ª edição do Salão do Automóvel de São Paulo fica por conta da invasão dos chineses no mercado nacional. JAC Motors, Chery, Effa, Chana, Hafei, Haima, Great Wall, Brilliance e Lifan são as marcas chinesas que, ou já desembarcaram ou vão chegar no próximo ano ao país.
O crescimento dos chineses por aqui se deve ao fato da recuperação da economia e do potencial do mercado brasileiro, o 4º do mundo. Para Sergio Habib, presidente do Grupo SHC, representante da JAC Motors , o mercado nacional tem semelhanças com o chinês, o maior em número de vendas.
“O mercado chinês é parecido com o brasileiro. Eles enxergam o carro como um patrimônio”, afirmou Habib, que escolheu a JAC por ser a montadora que mais mostrou competência e seriedade em sua linha de produção. “De todas as fábricas que visitei na vida, a JAC foi a melhor”, disse, em entrevista à QUATRO RODAS.
Com sede em Hefei, capital da província de Anhui, a JAC é uma das montadoras independentes da China e não mantém vínculo de sociedade com nenhuma grande marca. No mercado de veículos de passeio chinês, a JAC detém 3% das vendas, com uma produção anual de 500 mil unidades.
E a aposta de Habib para rivalizar com montadoras nacionais e ter sucesso no Brasil é focar em um público que, há cerca de quatro anos atrás, não tinha carro próprio e, consequentemente, não tem fidelização com nenhuma marca.
“O comprador brasileiro não segue aquela tradição de família quanto aos carros. É um público que andava de ônibus e, com o aquecimento da economia, vai ter seu primeiro carro”, disse.
Para atingir os mais diversos públicos e segmentos, a JAC chega com modelos que oferecem uma ampla gama de equipamentos de série. O J3, nas versões hatchback (Sport) e sedã (Turin), rodou mais de 1 milhão de quilômetros e é o primeiro a chegar ao país. Os modelos, que contam com ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, suspensão traseira independente, freios ABS com EBD e airbag duplo de fábrica, desembarcam já no 1º trimestre de 2011. E, para garantir a completa adaptação do veículo em solo brasileiro, Habib foi exigente.
“Fizemos 72 modificações em relação ao carro chinês. Trocamos o painel de instrumentos, o acabamento, adaptamos a suspensão para rodar nas ruas daqui e calibramos o motor para aceitar o combustível do país”, afirmou.
Além do J3, a JAC, que tem parceria com o estúdio de design Pininfarina, vai trazer já no próximo ano o sedã médio J5 e a minivan J6. Em 2012 é a vez de o sub-compacto J2 ser vendido por aqui. Todos os modelos estão expostos no Salão do Automóvel e ainda precisam passar pelo processo de homologação.
A intenção de Habib é comercializar 35.000 unidades em 2011 e atingir 1% da fatia do mercado. “Queremos chegar mais ou menos no que a Nissan detém em número de vendas”, salientou.
Outra aposta para o sucesso da marca é no atendimento e pós-venda. Com uma ampla rede de concessionárias, a JAC, segundo Habib, é a que oferece melhor custo em peças de reposição, garantia, revisão e seguro dentre as montadoras chinesas já instaladas por aqui. “Abrir uma rede forte é o que vai trazer segurança para a marca”, concluiu.