Mais discreto que Fluence, 308 e Elantra, o Cruze sedã logo conquistou consumidores de perfil mais sóbrio. Agora, com o Cruze Sport6, a marca busca aqueles cuja lista de prioridades tem no topo o item imagem. A julgar pelo Vectra, cuja versão GT (hatchback) ficou popularmente conhecida como Vectra hatch, é provável que o mesmo ocorra com o Cruze Sport6. Então, eis o Cruze hatch. As principais alterações, lógico, estão na traseira, após a coluna C. Na cabine, a perda do terceiro volume resultou num pequeno aumento de espaço para a cabeça (do assento traseiro ao teto) em relação ao sedã: passou de 96,3 para 97,5 cm. O espaço para pernas e ombros na dianteira (respectivamente, 107,4 e 139,1 cm) e na traseira (91,7 e 137 cm) foram mantidos. Em outras palavras, a vida a bordo é muito similar à dos passageiros do sedã. Para o motorista, no entanto, a visibilidade traseira do hatch é prejudicada pelo uso do vidro inclinado: os apoios de cabeça não são do tipo que se embutem no encosto e invadem a cena a cada consulta ao retrovisor interno. A situação é mais grave no caso da versão LT, na qual o sensor de estacionamento só está disponível como acessório - na top de linha, LTZ, ele é de série. A carroceria do hatch é 8,7 cm mais curta que a do sedã (4,51 ante 4,60 metros) e essa diferença está toda a partir do eixo traseiro. A capacidade do porta-malas caiu de 450 para 402 litros. Apesar da "perda" de 48 litros, o equivalente a uma mala de viagem média, o compartimento ficou mais receptivo: o formato da tampa ampliou o vão de entrada e as dobradiças em formato de alça (que costumam esmagar a bagagem) foram eliminadas. Em fevereiro de 2012 fomos à Argentina para antecipar um test-drive no Cruze hatch e cravamos uma capacidade de porta-malas de 413 litros - informação constante no site da General Motors Argentina ainda no fechamento desta edição. A diferença, segundo a marca no Brasil, se dá porque na Argentina a medição do porta-malas leva em conta o volume da cuba do estepe. Em sintonia com o perfil mais esportivo do consumidor de hatches, o desenho da traseira é dinâmico. O para-choque tem, além da placa - no sedã, ela fica na tampa do porta-malas -, uma área de plástico sem pintura que remete a um extrator de ar. Lembrando que o Cruze é um carro global, a GM explica que as aletas nas extremidades laterais do vidro traseiro servem para direcionar a neve e a poeira para longe das lanternas, mantendo-as limpas e visíveis. No Brasil, isso vale para a água da chuva. Como a Chevrolet não liberou o carro para um teste completo em Limeira, onde fica nosso campo de provas, o Cruze hatch foi avaliado em Indaiatuba, também no interior paulista, no campo de provas da marca. Os números obtidos, apesar de extraoficiais, foram, como se esperava, muito próximos aos da versão sedã. As impressões ao volante também são as mesmas: direção elétrica leve nas manobras, suspensão com bom equilíbrio de estabilidade e conforto e nível de ruído na média do segmento. Mecanicamente, tudo igual: motor 1.8 flex de 144/140 cv (derivado do Ecotec 2.4 do Malibu) com cabeçote e cárter de alumínio e duas opções de câmbio, manual e automático, ambos com seis marchas. "Suspensão e freios são os mesmos. Preferimos não mexer em nada para comunizar peças com o sedã e, assim, baixar os custos de produção e manutenção", disse um dos engenheiros envolvidos no projeto, que pediu para não ser identificado. O Cruze hatch terá basicamente as mesmas configurações de versões e opcionais do sedã. A LT básica segue com bancos de tecido e caixa manual de série e opcionais de couro e câmbio automático. A LTZ tem como novidade a opção do câmbio - no sedã, é sempre automático). Airbags frontais e laterais, faróis e lanternas de neblina, controle de estabilidade e tração, ABS, rodas aro 17, ar-condicionado digital, computador de bordo, direção elétrica, trio elétrico, volante multifuncional, piloto automático e som com CD, MP3, viva-voz Bluetooth e entradas auxiliar e USB são de série desde a LT. A mais, a LTZ oferece retrovisores externos com rebatimento elétrico, airbags de cortina, partida e portas sem chave e central multimídia com tela de 7 polegadas, além do teto solar com acionamento elétrico. Os preços oficiais não foram liberados, mas o próprio diretor de marketing da GM, Gustavo Colossi, fez uma estimativa: "Entre 65 000 e 70 000 reais o LT e entre 78 000 e 80 000 reais o LTZ". Na prática, o Cruze Sport6 brigará diretamente com Fiat Bravo 1.8, Citroën C4 2.0, Ford Focus 2.0, Peugeot 308 2.0 e a nova geração do Hyundai i30, que de acordo com uma fonte ligada ao importador, o Grupo Caoa, chegará no fim do primeiro semestre. Como o sedã, o Cruze hatch será fabricado em São Caetano do Sul (SP). As vendas têm início em abril.
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