Fiat Palio
A segunda geração do Fiat Palio mudou até na assinatura. Na tampa traseira do novo modelo, "Palio" não se escreve mais com um simples P, como na primeira geração, mas com um P estilizado, que lembra um estandarte, uma bandeira das usadas em festejos religiosos da cidade de Siena, na Itália, e que inspirou a Fiat no batismo do carro (veja quadro na pág. 66). Esse recurso gráfico, usado pela fábrica pela primeira vez no Fiat Punto, em 2009, simboliza a profundidade das mudanças no Palio 2012. A Fiat desenvolveu aquele que é seu produto mais importante em nosso mercado, uma empreitada de porte e responsabilidade consideráveis. Como se vê na foto acima, o Palio ganhou novo design, mais moderno e em harmonia com os lançamentos mais recentes da marca. Por fora, um exemplo disso, na dianteira, são os faróis e a grade, que antecipam a linha que começa no para-lama e percorre a lateral da carroceria cortando as maçanetas. Por dentro, o destaque vai para o painel elaborado com diferentes materiais, texturas e cores. Mas as mudanças vão além do estilo. Tecnicamente, o hatch evoluiu bastante. Segundo a fábrica, o avanço ocorreu sobre três eixos principais: segurança, dirigibilidade e espaço interno. O Palio cresceu nas três direções (comprimento, altura e largura). Além disso, sua estrutura foi reforçada, com o emprego de aços de alta resistência, ao mesmo tempo que ficou 15% mais leve. E todos os sistemas - suspensão, direção e freios - foram ajustados para melhorar o comportamento dinâmico do carro. A suspensão, por exemplo, ficou mais firme, limitando os movimentos laterais (rolling) da carroceria - embora eles ainda existam, porque o objetivo era fazer um hatch confortável para o uso diário e não um esportivo. A nova geração do Palio chega em seis versões, resultado da combinação de três motores, dois tipos de câmbio e três padrões de acabamento. São elas: Attractive 1.0, Attractive 1.4, Essence 1.6 16V, Essence 1.6 16V Dualogic, Sporting 1.6 16V e Sporting 1.6 16V Dualogic - sempre com quatro portas. Para proporcionar uma visão ampla da gama, reunimos três versões: Sporting 1.6 16V, Essence 1.6 16V Dualogic e Attractive 1.0. Mas o teste no fim da avaliação é o de um Palio Essence 1.6 16V manual, o único que a fábrica disponibilizou para medições mais apuradas na pista. Cada versão traz características particulares de estilo e acabamento. A Attractive, que é a mais simples, dispensa os frisos cromados da Essence e as saias laterais pretas da Sporting. E, internamente, há variedade de cores e materiais que desempenham a tarefa de distinguir as versões. Em comum, fica a qualidade do acabamento, muito superior à do antigo Palio, no que diz respeito à confecção e ao encaixe das peças. O padrão é o mesmo encontrado no Fiat 500, que é produzido no México e exportado para o Brasil e para os Estados Unidos e o Canadá. Se a Fiat tivesse pedido minha opinião durante o desenvolvimento, sugeriria apenas substituir o material dos botões do ar-condicionado, que é um plástico duro. Além de áspero no contato com os dedos, o material é ruidoso quando os botões são acionados. Mas vale lembrar que as unidades fotografadas foram preparadas especialmente para a estreia. Todas são completas, equipadas com sistema de som que se ajusta perfeitamente ao painel e volantes multifuncionais com airbags. Durante o lançamento, não havia unidades com os volantes convencionais que equiparam as versões básicas. No que diz respeito ao conteúdo, a oferta de equipamentos também varia. Retrovisores externos elétricos são exclusivos dos Sporting, enquanto cruise control acompanha somente os modelos equipados com câmbio Dualogic. Desde a versão mais básica, entretanto, toda a linha conta com computador de bordo, direção hidráulica, Fiat Code, lavador e limpador do vidro traseiro e pneus "verdes" (com baixa resistência ao rolamento). Além das diferenças de estilo e conteúdo, as versões possuem comportamentos próprios. As Attractive e Essence rodam com mais suavidade que a Sporting - em razão das diferenças de peso e das calibragens de suspensão e de pneus. As Attractive calçam 175/65 R14, as Essence, 185/60 R15 e as Sporting, 195/55 R16. Em comparação ao modelo antigo, a única semelhança é a posição de dirigir. O espaço interno aumentou, os novos bancos apoiam melhor o corpo e a ergonomia foi aprimorada, com o deslocamento das saídas de ventilação para o alto do console, mas a postura do motorista em relação ao volante e aos pedais é idêntica. A localização dos instrumentos e dos comandos no console é muito parecida nas duas gerações, mas, segundo a Fiat, toda rede elétrica (chicote e processadores eletrônicos) foi substituída no novo Palio. Um sinal dessa troca é o sistema de check-control, que antes sinalizava seu funcionamento por meio de uma luz-espia e agora movimenta os ponteiros do velocímetro e do conta- giros, fazendo uma espécie de saudação, que a Fiat batizou de WelcomeMoving. Entre os motores, a Fiat escalou os 1.0 EVO e 1.4 EVO, que estrearam a bordo do novo Uno, em 2010, e o 1.6 16V E.torQ, que equipava a primeira geração do Palio desde o ano passado. Em nosso test-drive, o 1.0, que rende 75 cv com etanol, foi o que mais nos surpreendeu positivamente, mostrando- se bem esperto. Ele pareceu andar como o 1.4, que gera 88 cv com etanol. Pena que não pudemos levá-lo para a pista. Segundo a Fiat, o 1.0 é capaz de acelerar o Palio de 0 a 100 km/h em 15 segundos, enquanto o 1.4 gasta 12,2 segundos. Mas as fábricas são quase sempre otimistas. Para o 1.6 16V, a Fiat divulga o tempo de 9,8 segundos nas provas de 0 a 100 km/h. Mas, em nossa avaliação, o Essence acelerou em 11,3 segundos - dentro da média esperada. Nos ensaios de consumo, também não houve surpresas. O Palio Essence fez 7,4 km/l com etanol, na cidade, e 9,4 km/l na estrada. Bem próximo ao rendimento conseguido pelo Palio de primeira geração, equipado com o mesmo motor, com as médias de 7,7 e 9,7 km/l, respectivamente. O novo Palio piorou nas frenagens. Vindo a 80 km/h, ele precisou de 30,7 metros para parar, enquanto o antigo gastou 27,8. Para quem gostou do que viu até aqui, a melhor notícia deve ficar por conta dos preços. A Fiat fez estimativas próximas aos preços da tabela do Palio antigo. A versão Attractive 1.0 deve custar "pouco menos" de 31 000 reais, disse. A 1.4 sairá por "pouco mais" de 34 000 reais. A Essence 1.6 vai custar cerca de 38 000 reais. E a Sporting fica por volta de 40 000 reais. Para os modelos equipados com câmbio automatizado Dualogic, o acréscimo é de cerca de 2 000 reais. Se esses valores se confirmarem, o novo Palio ficará ainda mais interessante: sem aumento significativo de preço, ele chega inteiramente renovado e mais equipado. O Palio Attractive 1.0, por exemplo, vem com itens de série que só eram oferecidos como opcionais no antecessor Palio 1.0 ELX, como direção hidráulica, entre outros. Com a renovação do Palio e a política de preços agressiva, a Fiat toma fôlego para enfrentar a concorrência já estabelecida de VW Gol, Renault Sandero etc. e a que virá, com os orientais Honda Brio e Toyota Etios (japoneses) e Hyundai HB (coreano). Além disso, o novo Palio tem como missão recuperar o terreno perdido pela última versão da primeira geração, que não emplacou no mercado. Tanto que o Palio Fire, acostumado a herdar o visual do Palio que sai de linha, dessa vez não vai sofrer alteração. O Palio Fire segue com o design que foi do Palio 2004. Enquanto o novo Palio decola em céu de brigadeiro, o tempo fecha para o irmão Punto, com dimensões semelhantes, visual menos atual e preços em media superiores. Como antídoto, a Fiat diz que vai reestilizar o Punto, que deve ficar com a cara do italiano. Mas só isso pode não resolver. Os efeitos das mudanças feitas no Palio podem ir muito além dos limites de sua carroceria.
Datas de Aniversário dos Admininistradores
Chevelle.leo: 09/07 - 1998
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