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Honda Civic

Superstição ou não, o Civic 2013 praticamente não existiu. Ou melhor, existiu só no documento. O modelo 2013, que foi lançado em agosto de 2012, não tinha alterações em relação ao modelo 2012 (que estreou em dezembro de 2011). Agora a Honda acelera a folhinha e apresenta o Civic 2014, que traz boas-novas. Começa pelas versões disponíveis. Os nomes mudaram e no lugar de cinco opções - LXS e LXL (ambas manual e automática) e EXS (automática) - ficaram quatro: LXS (manual e automática) e LXR e EXR (automáticas). A LXS continua com motor 1.8, mas recebeu novo câmbio manual de seis marchas, em vez de cinco. E as outras ganharam novo motor 2.0. Aqui, nós alinhamos as versões 1.8 LXS manual e 2.0 LXR automática para um teste duplo. O motor 2.0 tem, naturalmente, mais força que o 1.8. Ele produz 155 cv de potência e 19,5 mkgf de torque, enquanto o 1.8 gera 140 cv e 17,7 mkgf. Mas, como se pode ver pelas curvas de torque e potência no fim do teste, a engenharia priorizou o rendimento diante do desempenho. O gráfico mostra que o torque é maior em todas as rotações, enquanto a potência se evidencia apenas a partir de 3 000 rpm. Comparando os números de pista da versão 2.0 LXR com a antiga 1.8 LXL, vê-se que houve discreta melhora no desempenho. No consumo, o ganho é mais sensível. Nas provas de 0 a 100 km/h, o tempo baixou de 11,1 para 10,9 segundos. Nas retomadas de 80 a 120 km/h, caiu de 8,1 para 7,3 segundos. A versão anterior fez 7,8 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada. Agora conseguiu as médias de 7,9 e 11,8 km/l, respectivamente (sempre rodando com etanol). Assim como o 1.8, o motor 2.0 também é flex, mas dispensa o reservatório auxiliar de gasolina para partidas nos dias frios. O 2.0 é equipado com velas aquecedoras de combustível (parecidas com as que existem nos motores diesel) que, segundo a fábrica, possibilitam o funcionamento do motor mesmo que o combustível esteja com temperaturas de até cinco graus negativos. Além de mais cômodo, o dispositivo é ambientalmente mais correto, uma vez que o tanquinho é fonte de emissões evaporativas. Aparentemente simples, a aposentadoria do tanquinho deu trabalho aos projetistas. Eles tiveram de retirar diversos componentes que se tornaram inúteis. Além do próprio reservatório, foram suprimidos as linhas de combustível adicionais e o segundo bocal com todo seu sistema de abertura (o que acarretou também mudanças na cabine). Feito isso, os engenheiros reorganizaram o espaço no compartimento do motor para a chegada dos componentes do novo sistema (como as velas aquecedoras e a central eletrônica que as controla) e criaram um suporte para bateria ampliado. Segundo estimativa da empresa, entre presilhas e componentes maiores, cerca de 1000 peças (das aproximadamente 5 000 existentes no Civic) foram trocadas. Nas versões 1.8, o Civic continua com o sistema de partida a frio convencional, mas também recebeu aperfeiçoamentos técnicos. A avanço foi feito na transmissão de seis marchas. A Honda afirma que encurtou as relações das quarta e quinta para que a sexta marcha fosse um "super overdrive", ou seja: uma relação para permitir que o veículo rode em rotações baixas, com o mínimo consumo. Na pista, o benefício do novo câmbio foi observado nas medições de consumo rodoviário, em que o Civic 1.8 mecânico conseguiu a boa média de 11,1 km/l. Em relação ao desempenho, a transmissão manual fez valer sua maior rapidez nas trocas e levou o Civic 1.8 a acelerar em um tempo mais baixo que o 2.0 automático. Apesar de ter menos torque, ele fez de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos. Em função das melhorias, e também do aumento do IPI, que em janeiro passou de 5,5% a 7% para os veículos equipados com motores entre 1.0 e 2.0, o Civic 2014 ficou mais caro. A versão 1.8 LXS manual passou de 62 990 reais para 66 690 reais. E a 2.0 LXR automática sai por 74 290 reais, substituindo a 1.8 LXL automática, na faixa intermediária, que custava 67 040 reais.
                     

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